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quinta-feira, 10 de março de 2011

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15/03/2011 16h04 - Atualizado em 15/03/2011 16h04

Feira traz embalagem comestível e camisa de chocolate para a Páscoa

Evento realizado em SP mostrou novidades para o mercado de chocolates.
Associação afirma que 80% dos produtos são novos.

Paulo Toledo Piza Do G1 SP
Algumas das novidades do Salão de Páscoa (Foto: Foto: Paulo Toledo Piza/G1) 
Algumas das novidades do Salão de Páscoa (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)
A mais de um mês para a Páscoa, os chocolates criados para a data que chegarão ao mercado nas próximas semanas já foram apresentados nesta terça-feira (15) no Salão de Páscoa 2011. No evento, realizado em um hotel nos Jardins, área nobre de São Paulo, as principais empresas do setor mostraram o que estará disponível nos supermercados e lojas especializadas.
Segundo os organizadores do salão, 80% dos produtos são lançamentos. “Esse é o único momento do ano em que podemos desbundar”, brincou o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), Getúlio Ursulino Netto.
Entre as novidades está a Caixa Amarela da Garoto. Com 400 gramas, ela tem a embalagem feita de chocolate. Outro destaque da marca é o Mesclado: um ovo 'de luxo' que é resultado da mistura de chocolates ao leite e branco.
Na disputa pelo consumidor, a Arcor inovou ao fazer camisetas do São Paulo e do Corinthians de chocolate. Torcedores de outros times, como Santos, Grêmio e Flamengo, também foram "homenageados": ovos de chocolate ao leite em formato de bola, com flocos crocantes.
A Nestlé transformou em ovo um de seus carros-chefe: o Suflair. O doce aerado é uma das apostas da marca, ao lado dos ovos Alpino Dark e Alpino Milk. A Cacau Show leva para suas mais de mil lojas ovos trufados e especiais, como o Explosivo, que estoura na boca.
O Ouro Branco, um dos bombons mais famosos da Lacta, ganhou uma versão gigante, de 420 gramas. Já o Dan Top, conhecido marshmallow coberto por chocolate, faz sua estreia com um ovo com esses doces em miniatura. A novidade, porém, estará disponível apenas em comércios de São Paulo e do Rio.
Entre os bolos pascais, a Bauducco e a Village trazem colombas recheadas de frutas, chocolates e trufas.
Brinquedo no recheio
Outra aposta das empresas são os brinquedos. A campeã nesse quesito foi a Top Cau, que traz brinquedos até em ovos pequenos. “Temos surpresas em ovos de 80 gramas, como os da linha Princesas, e até em ovinhos do Toy Story”, disse a gerente de marketing da marca, Alais Fonseca.
Neste ano, a empresa trabalha com 18 licenças, incluindo Ursinho Pooh, Senninha, Monstros S.A. e Bob Esponja. Segundo Alais, colocar brinquedos até em ovos pequenos tem como meta atingir a classe C. “Às vezes, as pessoas não têm dinheiro para um ovo de 160 gramas, então elas podem comprar os de 80 gramas e terão um brinquedinho.”
A Village aproveita o Scooby-Doo para alavancar suas vendas. Ovos com o desenho do dogue alemão da Hanna Barbera trazem em seu interior piões e ioiôs. Entre os 25 milhões de unidades fabricadas para esta Páscoa, 2 milhões a mais que no ano passado, a Lacta reserva boa parte para ovos com brinquedos de Bem 10, Hot Wheels, Shrek e Homem Aranha.

 

A História do Chocolate

O famoso botânico sueco Lineu, que viveu há cerca de 250 anos, devotou toda a sua vida ao mundo das plantas. Ele introduziu a ordem sistemática de classificar as plantas da terra (as conhecidas naquela época).
Em 1729 ele escreveu o primeiro dos seus 180 livros sobre as plantas. No ano seguinte começou suas palestras sobre as maravilhas das plantas e flores, e deu-lhe nomes latinos. Estas denominações permaneceram como nomes científicos para as diversas espécies de árvores e outras plantas.
Quando foi nomear a árvore do cacau que nos dá os grãos com o qual é feito o chocolate, Lineu chamou-a de "Theo-broma" – que em latim significa "Alimento Divino". Parece que Lineu foi inspirado pelas palavras do Tehilim – o Livro dos Salmos – que descrevem o maná com o qual Deus alimentou os Filhos de Israel quando eles vagaram 40 anos no deserto, até chegarem à Terra de Israel.
"O Todo Poderoso ordenou as nuvens do Alto e abriu os Portões do Céu. Enviou maná para eles comerem… o alimento dos anjos o povo comeu" (Tehilim 78:23-25).
Segundo cientistas, o lar original do cacau ficava nas florestas da região do Amazonas no Brasil, ou na região do Orinoco, na Venezuela. Ambos são rios famosos na América do Sul. Colombo, que descobriu a América, teve a oportunidade, durante sua 4ª viagem à América, de conhecer os grãos de cacau, mas não lhes deu atenção.
O crédito por descobrir o cacaueiro para o mundo europeu cabe a outro viajante espanhol, o conquistador do México – Hernando Cortez. Ele chegou ao México em 1519, supostamente com intenções pacíficas de desenvolver o comércio, e foi recebido com honras pelo Imperador Montezuma dos astecas (os índios locais). O Imperador era grande apreciador de uma bebida especial, que ele bebia em copos de ouro, sempre novos. A cada vez que esvaziava um copo, ele o jogava fora, para mostrar que valorizava mais a bebida que o ouro.
O Imperador ofereceu esta bebida ao visitante espanhol, que mais tarde relatou que tinha um sabor forte, agridoce, que ele apreciou muito.
Hernando Cortez mais tarde aprisionou o Imperador e, gradualmente, conquistou o México para o Rei da Espanha. Quando voltou à Espanha em 1528, Cortez levou grãos de cacau para o Rei, apresentando-o no maravilhoso chocolate líquido.
Cortez, que amava o dinheiro mais que a qualquer outra coisa, ficou muito impressionado pelo fato de os grãos de cacau serem usados como dinheiro pelos astecas. Um escravo podia ser comprado por cem grãos de cacau. Vendo que este "dinheiro" literalmente crescia em árvores, ele decidiu plantar esta árvore de dinheiro em diversas ilhas tropicais que tinha capturado: Trinidad e Haiti na América Central, e a ilha Fernando-Po, na costa da África Ocidental. O cacau foi transplantado dessa ilha para o continente africano – em quatro países (Costa do marfim, Gana, Nigéria e Camarões) que atualmente, são os líderes no comércio mundial do cacau.
A Espanha foi o primeiro país na Europa onde o chocolate quente tornou-se uma bebida favorita – primeiro nos círculos aristocratas, depois de forma geral.
Durante cerca de 100 anos a Espanha teve o monopólio do comércio de grãos de cacau, graças às plantações de Cortez.
Nesse meio tempo, porém, esta deliciosa bebida tinha começado a ficar conhecida em outros países da Europa Ocidental. Eles começaram a plantar cacaueiros em suas próprias colônias tropicais onde o clima era favorável.
Os ingleses tinham suas plantações nas Índias Ocidentais, após terem capturados algumas dessas ilhas dos espanhóis, como Trinidad, Jamaica, etc.
Em 1700 as "Casas de Chocolate" começaram a competir com as "Casas de Café" em Londres. Uma xícara de chocolate quente não era mais um luxo somente para os ricos. A revolução Industrial e a invenção de diversas máquinas tornaram possível a produção em massa, além de tornar os produtos mais baratos, e o mesmo aconteceu com a indústria do chocolate.
A produção de chocolate foi então levada da Inglaterra para o "Novo Mundo" onde em 1765, foi fundada a primeira fábrica de chocolate em Massachusets, então colônia inglesa, que ainda hoje é chamada de Nova Inglaterra. Desde então, o chocolate quente se tornou uma bebida preferida também na América do Norte.
Os holandeses plantaram cacau nas suas colônias no Extremo Oriente, nas ilhas das Índias Orientais (atual Indonésia). Com o tempo, Amsterdã se tornou o centro de importação de cacau na Europa. Atualmente, cerca de 15% da produção mundial de cacau passa por Amsterdã. A metade é para a sua própria fabricação de chocolate, e o restante vai para os outros países da Europa.
Em 1828, um fabricante holandês de chocolate, Conrad van Houtten, descobriu um método de extrair a gordura dos grãos de cacau moídos, e transformá-la em manteiga de cacau. Então ele pressionou o líquido até que pedaços duros de cacau permaneciam inteiros. Isso ele moeu e transformou num pó, que se dissolvia facilmente na água quente, criando uma bebida boa, suave e saborosa, que podia ser tornada mais doce com a adição de açúcar. No entanto, comer chocolate em pedaços só se tornou popular 20 anos depois em 1847, quando uma firma inglesa, Fry and Sons (que mais tarde se associou à famosa Cadbury) começou a produzir chocolate doce em barras para comer (e não apenas chocolate em pó para beber), misturando o cacau moído com manteiga de cacau e açúcar.
Em 1875, um fabricante suíço de chocolate criou uma barra de chocolate ao leite, usando leite fresco. Desde então numerosas fábricas de chocolate em diferentes países desenvolveram diversos tipos de chocolate – doce, meio-doce, amargo, com leite ou sem leite, com ou sem nozes, licor e sem licor, e inumeráveis tipos de chocolates para satisfazer a todos os paladares.
Numerosos chocolates casher também são fabricados – chocolate milchik (ao leite) "Chalav Yisrael" e parve, para que crianças e adultos judeus possam apreciar um pedaço de chocolate de vez em quando, não esquecendo de fazer uma berachá (bênção), agradecendo a Hashem "por cuja palavra tudo veio a existir". E certamente, a bênção – que é "alimento" para a alma – é recitada com a mesma doçura e alegria que a pessoa sente ao apreciar o maravilhoso sabor do chocolate – que afinal, é somente alimento para o corpo.

Os primeiros vestígios da descoberta do chocolate são de 1.500 a.C. e vêm da civilização Olmeca que habitava o México na época. O cacau foi aproveitado posteriormente pelos Maias e Aztecas em forma de bebida, considerada sagrada. Nas cerimônias religiosas, o cacau torrado era servido com especiarias e mel.
Os conquistadores espanhóis introduziram a delícia na Europa, onde era considerado um alimento especial por seu valor nutricional e energético. Inicialmente somente mulheres, sarcedotes e nobres o consumiam em cultos da Igreja Católica, depois o cacau foi se popularizando e se diversificando com a adição de outros ingredientes. Os suíços tiveram a idéia de misturar o cacau ao leite, dando origem ao chocolate como nós conhecemos hoje.
Típico de clima tropical, o cacaueiro encontra no Brasil um ambiente ideal para o seu cultivo, principalmente nas regiões do Espírito Santo e o sul da Bahia, Ilhéus. Hoje, nosso país é o maior produtor da América Latina e um dos maiores do mundo ao lado da Costa do Marfim, de Gana e do Equador.